segunda-feira, 28 de março de 2011

Totalmente Sem Amor? De Jeito Nenhum!



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Australia, 20 de abril de 2009, 10:00h

De paletó em tom suave, as baladas românticas exuberantemente orquestradas podem até estar fora de moda, mas isso não incomoda Russell Hitchcock, da dupla de voz adocicada Air Supply. Ele afirma que canções de amor preenchem uma necessidade que é sentida profundamente, em cada época e em todo o mundo, e é o motivo pelo qual ele e seu parceiro e compositor Graham Russell já venderam mais de 35 milhões de discos e ainda estão seguindo fortes após 35 anos juntos.

"A música somos nós, basicamente, e não estamos tão suaves como o soft rock desejaria", diz Hitchcock, falando de sua casa em Los Angeles. "Nós somos profissionais e trabalhadores, e nós sempre nos orgulhamos de dar tudo o que podemos, quando nos apresentamos. Estamos na estrada todos os anos desde 1975 e ainda estamos fazendo 110, 120 shows por ano; Eu nem os conto mais, porém nós trabalhamos muito duro."

No mês que vem eles voltarão à Austrália para fazer shows em Brisbane, Sydney e Perth com as orquestras sinfônicas de Queensland, Sydney e da Austrália Ocidental, oferecendo uma apresentação adequadamente exuberante e nostálgica. Esta é a sua primeira aparição aqui desde 2000; a maioria dos seus shows nesses dias está no Sudeste da Ásia e dos EUA, onde Hitchcock e Russell têm morado desde 1980.

O Air Supply, formado como um quinteto em Melbourne em 1975 e seu primeiro single, “Love And Other Bruises”, foi um sucesso imediato. Esta harmoniosa e inconfundível balada suave de rock definiria o seu tom para o resto de seus sucessos, que continuariam ao longo dos anos 80: Lost in Love, Sweet Dreams, Every Woman in the World, All Out of Love e Even The Nights Are Better. Para muitos ouvintes de rádio, o som doce da era do rock suave era uma alternativa bem-vinda para o punk e bandas de heavy metal que dominavam na época, e a banda se tornou (e continua sendo) uma opção de fácil audição com álbuns rock de rápida aceitação nas rádios.

Hitchcock diz que a dupla estabeleceu uma relação desde cedo nisso que foi trabalhado para os dois, dando uma longevidade que é incomum no mundo da música. "Nosso papel não mudou em nada", diz ele. "Eu acho que é uma das razões que temos mantido uma carreira de sucesso e uma grande amizade. Nossos papéis dentro do Air Supply foram definidos por cada um de nós, não por um dizer ao outro o que fazer.”

"Graham é o compositor e o arranjador musical, e é a sua visão musical que é realizada no estúdio e no palco. E eu tenho sorte de estar onde eu estou, cantando suas composições; até hoje eu não gosto de cantar músicas de outras pessoas o tanto quanto eu gosto das dele. Nós não pisamos nos pés um do outro; temos respeito pelo o que o outro faz e damos apoio.

"Certamente eu não estaria aqui se não fosse por sua orientação e entusiasmo ... Eu não estou dizendo que eu não fui responsável por uma parte do sucesso, mas acho que ambos fomos sortudos por nos conhecer, quando nós realmente desfrutamos da amizade e da carreira. Eu não tenho visto nada parecido na música desde que surgi no cenário musical, isso é certo."

Os dois se conheceram em Melbourne em 1975, quando eles estavam se apresentando na ópera rock Jesus Christ Superstar. Parece que num minuto eles estavam lutando para se tornarem músicos; no outro, o megastar Rod Stewart queria que eles abrissem seu show e os levou para uma turnê com ele nos EUA. Naturalmente, houve momentos difíceis: músicos se juntaram e deixaram a banda, eles não tinham dinheiro, eles gravaram em estúdios minúsculos. Em seguida, eles assinaram com a Arista e Lost in Love se tornou rapidamente o single mais vendido no mundo, atingindo os primeiros lugares em todas as paradas oficiais. Foi uma loucura, mas, como Hitchcock lembra, os dois permaneceram com as cabeças frias diante da fama, as turnês, desfilaram ao lado das realezas do rock e os fãs. Ele e Russell estavam com seus vinte e poucos anos, quando entraram para o Jesus Cristo Superstar. Eles eram ambiciosos, mas também sóbrios em relação ao talento em torno deles, e eles já tinham superado aqueles anos difíceis na adolescência, quando o sucesso sobe a cabeça.

"Quando tivemos o nosso primeiro sucesso que queríamos, com certeza, eu acho que nós estávamos prontos para isso, então não nos afetou tanto assim. Claro que estávamos mais do que surpresos que o nosso primeiro lançamento foi um sucesso tão grande, e as coisas aconteceram muito rapidamente para nós depois disso, então nós realmente não tínhamos tempo para pensar a respeito. Fomos jogados no trabalho com Rod Stewart e em turnê pela Austrália, em seguida, os EUA ... era uma loucura, mas não comparado ao que as pessoas fazem esses dias", diz Hitchcock com uma risada.

O pai de Hitchcock era um cantor amador e ele e sua irmã herdaram seu talento: "Eu acredito que meu pai cantava com grandes bandas, quando ele era jovem e minha irmã cantou em Melbourne, de modo semi-profissional, assim a música estava sempre lá em casa, mas nunca estudei e eu não sei ler partituras", diz ele.

Graham Russell é um músico autodidata também. "Graham não sabe ler partituras também; ele aprendeu sozinho a tocar violão. Na verdade, ele é canhoto quando toca, mas ele pegou um violão comum quando era criança e aí ele aprendeu a tocá-lo de cabeça pra baixo. Ele também aprendeu a tocar piano sozinho aos 10 anos de idade.

Em casa, o pai e a irmã de Hitchcock ouviam os discos de Frank Sinatra e Tony Bennett, e ele foi atraído por seus sons suaves. Ele e Graham Russell inicialmente se ligaram por causa do seu amor em comum pelos Beatles; Hitchcock diz que eles eram grandes fãs. "Eu sempre gostei de pessoas com boas vozes, e eu sempre gostei de harmonias. Eu fiquei encantado pelos Beatles, Eagles, Bee Gees, Little River Band e Queen, as bandas daquele tipo", diz ele. "Mas, além dos Beatles, minha banda preferida é o AC/DC, portanto não são apenas aqueles gêneros. Eu amo o rock'n'roll."

Dos cantores românticos contemporâneos, Hitchcock é um grande fã de James Blunt: "Uma grande canção romântica sempre será sucesso, não importa qual seja o clima musical, porque as pessoas precisam disso, que elas admitam ou não, elas precisam", diz ele. "Alguns dos maiores sucessos de todos os tempos “I Will Always Love You”, que Whitney Houston canta; Every Breath You Take, gravada por The Police. Acho que as pessoas querem canções, melodias e vocais que tocam seu coração, elas apenas têm que ser sucesso".

Graham Russell e Russell Hitchcock mudaram-se para os EUA nos anos 80. "Eu moro em Los Angeles há 16 daqueles anos e nas montanhas do Arizona por mais de cinco anos", diz Hitchcock. Ele deixou Los Angeles após a revolta de Rodney King* - "era hora de sair dali" - e voltou novamente para a cidade só porque sentia saudades de sua filha Sydney Rose - hoje com 21 anos. Ele também tem um filho em Melbourne. Hitchcock está solteiro, embora ele tenha casado e divorciado várias vezes.

Graham Russell vive em Utah com sua esposa, nas montanhas nos arredores de Salt Lake City, onde tem um estúdio de gravação. Ambos gravaram discos solos lá, mas nunca conseguiram o sucesso do Air Supply.

Depois que a dupla se mudou para os EUA, eles foram constantemente questionados sobre como um país tão distante e com uma população tão pequena poderia produzir tantas pessoas de talento, como o INXS e Little River Band.

"Costumávamos dizer que você pode ir a qualquer bar em Sydney ou Melbourne em um fim de semana e ver uma banda de nível internacional. Ganhamos exposição na mídia ao assinar com a Arista e Clive Davis, e isso fez toda a diferença do mundo", Hitchcock diz.

"Quando eu estava na minha adolescência em Melbourne, eu costumava dar uma saída aos clubes e foi realmente incrível ver Billy Thorpe and The Purple Hearts e assim por diante. Mesmo quando caímos na estrada no final dos anos 70, foi uma grande momento, porque você não tem que estar na moda para agradar todo mundo. A gente de vez em quando esbarrava com os caras do AC/DC na estrada, tomávamos cerveja e todo mundo estava muito feliz por estar trabalhando. Você não tinha que seguir tendências e tal. Havia um grande sentido de camaradagem e apoio."

Depois de todo esse tempo nos EUA, Hitchcock não perdeu seu sotaque australiano. "Eu não tenho trabalhado em mantê-lo, mas os amigos aqui me falam que eu não pareço mais australiano e isso fere os meus sentimentos."

O Air Supply tornou-se trovador, fazendo turnês pelo mundo com sua música, tocando em lugares pequenos e grandes. Eles sobreviveram a incêndios em ônibus, perderam vôos, equipamentos, quebraram braços e costelas e caíram do palco, mas eles continuam seguindo em frente.

"Nós temos que seguir, não temos escolha", diz Hitchcock. "Estamos muito orgulhosos do fato de que nós fomos a lugares onde poucas bandas ocidentais já foram: Hanói, Beirute, Tel Aviv, Filipinas, China, Havana. Há tantas coisas que você nunca imagina que faria e que muitas pessoas não conseguem fazer. Tem sido uma aventura maravilhosa."


Air Supply toca em Brisbane, 02 de maio, em Sydney, 06 e 07 de maio e em Perth, 09 e 10 de maio.

*  A Revolta de Rodney King foram protestos raciais violentos que ocorreram em Los Angeles, EUA, iniciados em 29 de abril de 1992.


Tradução: Tony Nascimento
Fonte: theaustralian.com.au/news
Texto original: Rosalie Higson

4 comentários:

Sirlei disse...

História linda.

Sou fã número 1 e os acompanho desde minha adolescência. Hoje tenho 54 anos e sigo admirando tanto talento e tanta empatia dos dois. Adoraria assistir um show deles mesmo que virtualmente. Acompanho também no Instagram postagens de outros admiradores e no YouTube escuto com frequência suas músicas.
Um grande abraço aos dois.
Sirlei, brasileira.

Unknown disse...

Adoro.voce, tua voz. Beijos.

Unknown disse...

Nossa meu Deus que coisa linda ,poder ouvir essas músicas que eu ouvia na minha adolescência e infância ,sou apaixonada por essa dupla ,meu sonho e um dia poder vê Los cantando ao vivo ,são muito fofos antes eram jovens lindos agora são esperientes senhores queria abraça Los principalmente o Russel não me canso de ouvir e de ver seus videos

Anônimo disse...

Amo os dois!! Embalaram a minha adolescência e juventude.. se tornaram minha banda preferida. Que cantem é encantem por muitos anos ainda.