quinta-feira, 7 de maio de 2009

The Vanishing Race Tour - Brasil 1993: Parte 2

Parte II - O Show

The Vanishing Race era uma aposta grande do Air Supply, especialmente por causa de Goodbye, que os reunira com o mesmo David Foster que já tinha colocado a mão em I Can Wait Forever. Por isso o repertório do show foi calcado no disco, uma escolha menos óbvia quando se fala da primeira visita de um artista a um país novo (geralmente prevalecem os maiores sucessos). O palco tinha tons cor-de-rosa e lembrava bastante a capa de The Vanishing Race, com uma lua grande ao fundo. Rosa e azul foram definitivamente as cores de destaque na cenografia e iluminação.

Poucos minutos depois da hora oficial, o Air Supply abriu o espetáculo em clima de rock, com “Kiss Me Like You Mean It”. Boa idéia, os dois cantam, e a platéia se agita mais. Eu quase enfartei. Acho que todo fã tem essa sensação de “isso não pode ser real” na primeira vez. Em seguida, “Making Love...” como primeiro sucesso, e logo na sequência “Lost in Love”. Russell tinha uma daquelas jaquetas que mais tarde percebi serem básicas no guarda-roupas dele. Os dois de preto. A banda veio com o cabeludo Cliff no baixo, Mark Williams na bateria, um tecladista esquisito (apesar do Graham também tocar teclado em partes do show) e Brian (um guitarrista estilo metal, como o atual). O palco tinha também um piano com castiçal em cima.


O público respondeu bem aos hits. Graham então explicou a origem indígena da canção “The Vanishing Race”, pedindo que o público batesse palmas. Quem conhecia a música ficou atordoado com o poder de voz do Graham, que nada tinha a ver com o refrão calmo da canção no CD. Fez eco no Olympia, ele cantava com paixão. Em “Sweet Dreams”, ele foi ao segundo teclado do palco, e a execução de todos os instrumentos foi excepcional. É uma música que faz a banda toda trabalhar. Chegou então hora da pausa. Nelas, aliás, Russell exibia cartolinas pré-inscritas em português com frases como “Vocês estão curtindo o show?”. Graham já havia pedido desculpas por seu português ser pobre, e essa acabou sendo uma boa idéia.

O show foi retomado com uma fase acústica, que até hoje está presente nas turnês do Air Supply. Apresentaram uma de suas favoritas, “I Want to Give It All”, lembraram os velhos tempos com “My Best Friend” e encaixaram o então disco novo com “Evidence of Love” – que acabou sendo provavelmente a mais fraca do show. Mais uma pausa, Graham estava acendendo as velas do castiçal que estava sobre o piano. “I Love You So Much”, foi o grito histérico vindo do fundo do Olympia. Russell esperou uns segundos e respondeu num tom parecido: “I Love You too!” – e a platéia veio abaixo. Outros pediam repetidamente “I Can Wait Forever”, em vão. O show recomeçou com “I Remember Love”, “Here I Am” (uma das mais saudadas da noite) e “Don’t Tell Me”. Essa última eu não curtia no disco, mas foi apresentada numa versão mais vibrante, com Russell substituindo Graham no refrão. Ficou espetacular.

Hora então da sequência final. “Goodbye” fez quem estava desanimado levantar das mesas. Em “The One That You Love” eles seguiram a tradição. Escolheram uma moça da platéia, e o Russell cantou olhando pra ela. No final ela quase caiu do palco e ele teve que correr ao resgate. Que eu me lembre, em nenhum dos 4 dias subiu alguém que conhecia a música…fazer o quê. Para terminar, todo o timbre necessário em "All Out of Love" e a certeza de que eles estavam em plena forma. Foram para um merecido descanso.

O bis dessa primeira noite foi especial, porquê foi a única vez em que eles presentearam o público com uma linda canção. Graham explicou que era apenas para noites especiais. O palco ficou todo apagado, com exceção do castiçal, e eles cantaram “I’ll Be Thinking of You”, a bela última balada do álbum. Na sequência, a música que foi a única nos outros bis: “Without You”, com Russell exercitando cada uma de suas cordas vocais, em orquestração nada acústica e cheia de peso, toda a banda participou. A banda se juntou no centro do palco e se despediu do público. Eu voltei ao meu dilema de ir ou não aos camarins.

Esperei todo mundo sair, e fui atrás do Hector com minha credencial. Eu e os holandeses da KLM. A boa notícia é que entraríamos. A má é que Graham e Russell não receberiam ninguém. Estavam chateados com o baixo público, há muito tempo não perdiam um sold out (e nem foi por pouco). Vi a porta do camarim: “Mr. Russell & Mr. Hitchcock”…eles até pegaram a capa do meu disco e assinaram, mas nada de papo. Em compensação, a banda estava tranquila, ficamos um tempão com eles. Perguntei porque não haviam tocado “Even the NightsAre Better", eles disseram que tinha acabado de sair do set list. “I Can Wait Forever”, por outro lado, nem estava entre as que ensaiavam. O baterista Mark Williams era o mais legal, ofereceu até cerveja. Depois acabamos indo juntos ao Hotel Della Volpe, onde estavam. Duro foi digerir tudo isso à noite. Não dormi nem um segundo. E no dia seguinte tinha mais…


"Essa história é a experiência combinada de 2 fãs que estiveram no Olympia em 1993:
Rodrigo Gaspar, jornalista, São Paulo e Oswaldo Loechelt, advogado, São José dos Campos (SP)"

Fotos: Rodrigo Gaspar

Um comentário:

TATY LOWE disse...

Hello, Tony, it´s everything all right? Here I am again, I read
about "The Vanishing Race" Brazi
lian tour and would like 2 things:
1-if you have the rock version "Kiss Me Like You Mean It"
(the version they played imn this concert), to put on the playlist,
I wanna hear it. And about the other songs from this same concert,
did the make show versions like they do now? Or are original version they sang?
2-about the autograph in the album
cover, what`s writen on that, with big leter? Because the dedicatory is "melhores desejos" and their
sign. That`s all, loved to read this notice about this tour. Kisses, fui!