domingo, 15 de novembro de 2009

Air Supply Ao Vivo No Via Funchal, Nov 4, 2009 - Parte 2

Por Rodrigo Gaspar (Fã-clube Now & Forever)

Esse foi meu oitavo show do Air Supply, mas a grande diferença é que foi o primeiro fazendo parte de um fan club. Ou “fã-clube”, como preferem alguns rs. O que me fez chegar mais cedo, para conhecer as pessoas, pegar minha credencial e a camiseta. Em relação a pegar um lugar bom não havia nenhuma necessidade de antecedência: a primeira cadeira da primeira fileira (A1) estava garantida, graças também à comunicação entre os membros do “Now & Forever”.

Conhecer a turma antes do show foi um grande diferencial, fez tudo ficar com um gostinho especial. Claro que faltaram muitos colegas de fora de São Paulo, mas os paulistas fãs de carteirinha (literalmente, graças às credenciais da Márcia) não decepcionaram. O Via Funchal, aliás, ficou mais cheio do que eu esperava, embora tivesse faltado um tanto para a mesma lotação completa do começo do ano. Mas encher dois shows com um intervalo de 6 meses, com os preços de ingresso de hoje, não é fácil.

Dessa vez o Air Supply atrasou mais que de costume – meia hora – atiçando a ansiedade dos membros do fan club que ocupavam toda a primeira fileira. Todo mundo com as letrinhas na mão (e a purpurina no rosto), pra dizer “We Love You Now & Forever”. As lindas camisetas que vieram de Ribeirão Preto eram o uniforme oficial da “galera da frente” do Via Funchal.

Luzes apagadas. Uma montagem musical com pequenos trechos de canções da banda através dos anos anunciou o começo do show. As letras do fan club subiram, e em mais uns 2 minutos, finalmente a banda estava no palco, com uma versão bem energizada de “Even the Nights Are Better”. Mantendo a estrutura semelhante aos shows anteriores, logo veio “Just As I Am”, onde Russell começou a exibir seus dons vocais mais a fundo.

(Foto 1: Fã-clube Now & Forever; foto 2: Graham e Russell iniciando o show)

O australiano vestia uma jaqueta azul nada sintonizada com os tempos atuais, e uma gravata preta (mesma cor da camisa) com um coração vermelho dizendo “Love Kills”. Graham como sempre tinha visual mais despojado, com jaqueta e calça preta e uma regata branca por baixo. Graham foi o primeiro a se dirigir à platéia, pedindo desculpas pela falta de português e perguntando se estavam todos prontos para se apaixonarem. Na sequência, “Here I Am” e “Chances” deram o tom de romantismo esperado de uma noite como essas.
Quando parecia que o Air Supply ia tocar todo o Greatest Hits (1983) de uma vez só, foi a vez dos anos 90 finalmente aparecerem, com “Goodbye”. O solo de guitarra no meio da música foi um ponto alto, em uma canção que deixa todos os membros da banda mostrarem sua contribuição.

O músico que recebeu maior menção por Graham Russell em todo o show foi o tecladista novato Frank Moreno. Moreno improvisou um solo de teclado para a canção espanhola “Malagueta”, com direito a pés batendo no chão no melhor estilo ibérico. Desnecessário dizer que as mulheres na platéia (cerca de 70% do público total) adoraram.
A sequência do show foi marcada por novidades. Primeiro, a já não tão nova (mas ainda inédita) “Faith in Love”, que parece ser uma das favoritas de Russell Hitchcock. Depois uma das grandes novidades, a balada “Until”, cantada apenas por Russell no palco, enquanto Graham tirava uma folga.

Until” é uma clássica canção de Air Supply, melodia e vocais marcantes de Russell. Ele continuou comandando o show numa das canções que mais testa seu range vocal: “The Power of Love”, bastante conhecida dos brasileiros. Para essa, Graham já estava de volta.
O vocalista principal teve então sua oportunidade de descansar um pouco a voz. Graham Russell, de camisa preta, ficou sozinho no palco para apresentar mais uma canção do disco novo. Antes de sentar no banquinho e conversar, tomou um gole d’água e foi surpreendido por flores e um presente de uma fã brasileira que faz parte do fã-clube. O público aplaudiu e foi um momento emocionante.

O que estava por vir testaria ainda mais a emoção do público: a canção em questão, “Just a Little Bit More” fora escrita no Rio de Janeiro. Graham afirmou amar o Rio e disse que os brasileiros sempre teriam essa “primeira canção composta por lá”, esquecendo-se que já escrevera a também bela “Always” em terras cariocas quase 15 anos antes. A história da música mostra um casal de jovens apaixonados, cuja noite do casamento é a última antes do rapaz ir lutar na guerra. Essa seria a última noite deles juntos e o “só um pouquinho mais” é justamente o desejo que a moça tinha de ter seu amado consigo antes que a manhã viesse e suas vidas mudassem para sempre.

(Foto 1: Graham Russell; foto 2: Aninha e Graham)

Daí em diante, o show pegou um novo pique de energia, já tradicional a partir do momento em que os dois passeiam pelo público durante a execução de “The One That You Love”. Ambos desceram, escoltados por poucos seguranças, tiraram várias fotos e ganharam muitos beijos e apertos, sempre de bom gosto. O mais difícil é fazer isso tocando um dos maiores sucessos da dupla. Enquanto eles andavam pelo Via Funchal, muitas meninas foram até a frente do palco fotografar com os demais músicos da banda nesse momento de maior calma.

Na volta da dupla ao palco, Russell carregava uma rosa vermelha. Os cantores se aproveitaram que o público estava de pé e chamaram todos para frente. Daí pra frente, muitas pessoas já não sentariam mais nas cadeiras do Via Funchal. Até porque, a série de hits que o Air Supply embalou foi contagiante. Primeiro veio o primeiro entre os grandes sucessos, “Lost in Love”. A acústica do Via Funchal ficou um pouco prejudicada pelas pessoas que se espremiam na frente do palco tampando as caixas de som, mas todo mundo sabe cantar “Lost in Love” de qualquer jeito.

A canção seguinte, “Dance With Me”, era mais uma desconhecida do público, mas bastante agitada e segurou o pessoal de pé e vibrando na frente da casa de shows. Graham surpreendeu os seguranças e chamou uma jovem para subir ao palco. “Aninha” ficou cerca de 2 minutos com o cantor, que teve uma postura galante, beijando suas mãos e abraçando a incrédula brasileira.
Melhor ainda quando veio “Every Woman in the World”, outra favorita de longa data que foi cantada por todos. Para terminar, a empolgante “Making Love out of Nothing at All” foi cantada numa versão de mais de 8 minutos, com direito a côro do público no refrão e exibições impressionantes de guitarra e bateria. O próprio Graham Russell deu uma força na bateria durante essa canção final antes do bis.

O retorno foi de fúria, com a canção nova “Me Like You” que parece tudo menos Air Supply. Um som forte e selvagem, capaz de agitar qualquer espectador do Via Funchal, e provavelmente trazendo espanto a boa parte deles. Mas a volta à normalidade foi com um dos grandes sucessos românticos - “All Out of Love”, cantada por todo o público e com Russell abusando de sua voz nas últimas vezes em que entoou o refrão. Estava encerrada mais uma noite inesquecível para os fãs do Air Supply em São Paulo. Uma apresentação com energia, tradição, novidades, interação com o público e muito romantismo. Quem pagou os caros ingressos disponíveis não pode ter se arrependido.

2 comentários:

Tony Nascimento disse...

Rodrigo, demais sua matéria sobre o evento! Tantos detalhes, o set list, sua análise precisa e tudo mais. Obrigado por dividir tudo isso conosco, os fãs ausentes ao show e os presentes também, para recordar os melhores momentos daquela noite memorável - ou seja, todos os instantes rs Abraço grande!

Airhead Oswaldo disse...

Parabéns Rodrigo. Arrasou de novo com uma matéria jornalística fantástica sobre essa noite memorável.
Cada vez mais está aumentando seu número de fãs, amigo. Eu já sou um.